És minha mãe, foste tu que me geraste;
Dentro de ti minha vida começou.
Do teu sangue e tua carne me formaste,
Junto do teu, meu coração pulsou.
O teu ventre sagrado foi meu ninho,
Na paz do teu silêncio a escutar,
Ternas cantigas, murmuradas bem baixinho:
Era o teu amor de mãe a me embalar.
Deste-me à luz, desprezando a tua dor;
Saí do abrigo para o mundo enfrentar...
À minha espera teu sorriso, teu amor
E a luz divina desse teu materno olhar.
Da minha infância foste o anjo iluminado,
Atrás de ti como sombra eu seguia;
Pra dormir queria o anjo ao meu lado,
Ao acordar era meu anjo quem eu via..
Na lembrança eu guardo tua imagem,
Quando nos golpes desferidos pela vida
Tua força, exemplo vivo de coragem
Tua fé em Deus, tua cabeça erguida.
Hoje a velhice te faz quase criança
Vives num mundo que é apenas teu
Num casulo onde a dor não mais te alcança
E que foi a própria vida que teceu.
Serás sempre meu anjo, mãe querida!
Onde estiveres, também eu hei de estar.
Se no espelho me vejo refletida
É a tua imagem que busco encontrar.
Se adormeces, eu te afago com carinho,
Se em teu sono puderes escutar,
Ternas cantigas murmuradas bem baixinho,
É o meu amor de filha a te embalar.
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